A Ascensão da Alma
- Stephen Kaung
- 24 de set. de 2018
- 4 min de leitura

“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos” (Fp 3:13-16).
Nossa vida espiritual é feita de avanços, ou degraus. Uma subida gradual em direção à maturidade. Nossas experiências espirituais com o Senhor podem ser descritas como diferentes degraus, como uma série de passos, como vários estágios. O pináculo de nosso caminhar espiritual não é algo que alcançamos de uma só vez. Notaremos, desde o dia que conhecemos o Senhor, que ali começa uma ascensão gradual – uma subida até que cheguemos ao nosso alvo, qual seja, uma união plena com Deus. Nossa vida é, da mesma forma, caracterizada por progressos. A vida cristã é um avançar contínuo em direção ao alto. Nunca deve haver uma pausa. Se permanecermos estacionados em uma experiência ou ficarmos presos em um estágio, descobriremos que nossa vida espiritual sofre – torna-se frustrada.
T. Austin-Sparks uma vez disse: “A marca de uma vida governada pelo Espírito Santo é que ela está continuamente e cada vez mais ocupada com Cristo. Cristo está se tornando maior para ela na medida em que o tempo passa. O efeito da obra do Espírito Santo em nós é o de nos trazer à margem de um imenso oceano que se estende para muito além dos nossos limites, e então sentimos – Oh, as profundidades, a plenitude de Cristo! Se vivêssemos tanto quanto um homem jamais viveu, ainda assim estaríamos apenas nas bordas desta vasta plenitude que é Cristo” (Livro A Escola de Cristo, Cap 1).
O progresso é uma necessidade imperativa da vida cristã. Podemos nos lembrar, pela história do povo de Israel, como logo depois da Páscoa, Deus ordenou ao povo que marchasse. Eles fizeram isso com um alvo definido, eles tinham um destino, algo em vista. Esse algo era a terra da promessa. Podemos nos lembrar que a jornada deles desde a saída do Egito até Canaã era marcada por acampamentos, que estão descritos em Números 33. Ali temos seus avanços sob a forma daqueles 40 lugares onde acamparam. Eles não podiam ficar em um lugar por muito tempo. Deus sempre dirigia a caminhada e estabelecia o quando, mas a ordem sempre era avançar. Podemos perceber essa mesma característica em nossa vida cristã. Paulo, mesmo no final de sua peregrinação podia dizer: “Não julgo havê-lo alcançado…”
Precisamos avançar sempre. Nunca deveríamos aceitar o pensamento de que já obtivemos tudo – que já atingimos o alvo – que isso que temos é suficiente. Essa é a mentalidade marcada pela Igreja de Laodicéia: “Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma…” (Ap 3:17a).
Precisamos seguir até que tenhamos a vida de unidade com Deus em nossa experiência.
A Escada de Jacó
Vemos o relato de um incidente na vida de Jacó no livro de Gênesis. Ele estava fugindo para salvar sua vida e chegando a um certo lugar, deitou-se tomando uma pedra como travesseiro. Ele teve um sonho onde viu uma escada colocada sobre a terra, cujo topo atingia o céu. Ele também viu anjos subindo e descendo da escada. “Qual é o significado dessa visão? Essa visão descreve Deus tratando com o homem, com Jacó. Ali estava aquele homem, uma pessoa que desejava as coisas espirituais, mas, ao mesmo tempo, um homem cheio de engano. Ali estava Jacó – cujo nome significa suplantador – um homem ganancioso, totalmente inadequado para Deus. No entanto, por essa escada e através da ministração dos anjos, vemos que Deus vai reconstruir esse homem até que ele se torne Israel, o príncipe de Deus. Deus vai tratar com Jacó até que este chegue ao ponto em que irá deixar as coisas terrenas e se ocupar das celestiais” (Kaung).
A visão de Jacó é cumprida em nós em Cristo Jesus. Qual é o caminho para nossa união com Deus? O caminho é Jesus. Ele também é a escada de Jacó:
“Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1:51)
Cristo é a escada! E através dessa escada divina dada por Deus – o próprio Filho do Homem – que deixamos o que é terreno e entramos no que é celestial; é pelo próprio Cristo que vamos deixar o egoísmo e passar para o que é de Deus; é por esse caminho divino que seremos libertos das cadeias naturais e terrenas para uma liberdade espiritual e celestial…O caminho para Deus é uma subida, uma ascensão em Cristo Jesus. É um crescer mais e mais em Cristo. É vivenciar o Senhor em um degrau após o outro. Cada experiência cristã é simplesmente um grau mais alto nas experiências de Cisto, porque a escada inteira é Cristo. Sem Cristo não podemos ter experiência espiritual, ou seja, experiência espiritual é experimentar Cristo.
Qual o significado dos anjos subindo e descendo? Eles simboliza a ministração espiritual por meio do Espírito de Deus, a atividade do Espírito Santo através de quem Ele quer usar. Essa ministração do Espírito Santo visa levar-nos a experimentar mais e mais de Cristo. Essa é a direção que o Espírito Santo trabalha.
Qual será a velocidade do seu caminhar, se vai ser rápido ou lento, ninguém pode dizer. Algumas vidas amadurecem rapidamente, outras crescem mais devagar. O crescimento e a maturidade de uma alma dependem de quão verdadeira, quão zelosa, quão desejosa e cooperativa ela é com Deus.
Extratos da introdução do livro “Os Cânticos dos Degraus” de Stephen Kaung. Livro publicado pela Edições Tesouro Aberto.
Fonte: participantedecristo.com
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