Monica mãe intercessora
- irmãs em cristo
- 7 de mai. de 2018
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Esta é a história de uma mãe que orou pelo filho e derramou lágrimas por causa de seus maus caminhos durante 18 anos.
Francisco de Sales, Bispo de Genebra no século 17, diz que Mônica, como Ana, consagrou seu filho a Deus antes mesmo de nascer. William Patton, em um livro escrito sobre oração, incluiu a conhecida história da mãe de Agostinho e sua oração incansável e incessante pelo filho obstinado. Poucas mães têm mostrado tanta perseverança diante do Trono da Graça quanto essa piedosa mulher que seguiu seu filho de cidade em cidade. Suas lágrimas e dores deram frutos incalculáveis como veremos a seguir.
Agostinho cresceu em Cartagena, um jovem de muito talento e fortes paixões que o levaram a excessos sensuais e orgulho intelectual, fazendo-o enveredar-se, inclusive, na heresia do maniqueísmo.
Sua mãe, Mônica, uma piedosa cristã, pranteava com o mais profundo pesar pelos pecados e erros do talentoso filho e não cessava de orar por sua conversão, dia e noite. Agostinho fala sobre isto afetivamente em seu livro Confissões:
Tu enviaste tua mão do alto e atraíste minha alma das profundas trevas. Minha mãe, tua serva fiel, chorando diante de ti, discerniu a morte em que me encontrava, e tu a ouviste, ó Senhor. Tu a ouviste e não desprezaste suas lágrimas, as quais, fluindo, molhavam o solo sob seus olhos em todos os lugares onde ela orava. Sim, tu a ouviste; pois de onde veio esse sonho pelo qual tu a confortaste?
O sonho foi uma visão do filho, simbolicamente representado como vindo para a mesma posição de fé e vida em que ela estava. Entretanto, sua fé foi submetida a um longo teste.
Passaram-se quase nove anos nos quais eu caminhava na direção daquele profundo poço e das trevas da falsidade, com frequência ensaiando me erguer, mas lançado para baixo da mais penosa forma. Por todo esse tempo, aquela viúva pura, piedosa e sóbria (tal qual tu amas), ora animada com a esperança, no entanto não se relaxando de modo algum em seu choro e lamento, não cessava, em todas as horas de sua devoção, de prantear meu caso diante de ti.
Sua mãe rogou a um bispo que argumentasse com ele. Mas vendo que era muito obstinado e ensoberbecido para ser ganho daquela forma, o bispo replicou: “Deixe-o sozinho por algum tempo; apenas ore a Deus por ele. Ele irá por si mesmo, por meio da leitura da Palavra, descobrir que erro é esse e quão grande é a sua impureza”. Quando Mônica insistiu em seu ponto, ele acrescentou: “Segue no teu caminho, e Deus te abençoe; pois não é possível que o filho destas lágrimas venha a perecer”.
“Essa resposta”, diz Agostinho, “ela tomou como se tivesse soado do céu.”
Mas, em seguida, veio uma nova prova de fé e, também, uma ilustração das inesperadas maneiras como Deus responde a uma oração: Agostinho anunciou sua intenção de se mudar para Roma. Desconsolada, sua mãe tristemente pranteou a partida e seguiu-o até o mar.
Naquela noite eu parti ocultamente, mas ela continuou em choro e oração, com tantas lágrimas, pedindo a ti que não permitisse que eu navegasse […] Pois ela gostava tanto de me ter consigo, como todas as mães, mas mais do que a maioria; e ela não sabia que grande alegria tu estavas para operar por ela com a minha ausência.
Em Roma, ele lecionou retórica e logo foi para Milão praticar a mesma profissão. Ali se tornou amigo pessoal de Ambrósio, sob cujas pregações, após muitas lutas internas para vencer seus maus hábitos, ele se converteu do erro maniqueísta. Ele estava com seu amigo Alípio na hora da decisão final, e eles a tomaram juntos.
“Então”, Agostinho escreve, “fomos até onde estava minha mãe (ela o havia seguido até Milão) e lhe contamos, relatando em ordem como havia acontecido. Ela então saltou de alegria e triunfo e bendisse a ti, que é capaz de fazer mais do que pedimos ou pensamos.”
Não seria correto dizer que Mônica sofreu dores de parto para o nascimento de seu filho, tanto espiritual quanto fisicamente? Que mãe não extrairia encorajamento de seu exemplo para orar com fé pela conversão dos filhos? E quem pode imaginar como Deus honrará a importunação e perseverança dos pais? As orações de Mônica levaram Agostinho à salvação, e ele teve grande impacto sobre a Igreja, influenciando a mente de Lutero, Melanchthon, Calvino, Knox e outros reformistas, mais do que qualquer outro autor.
Muitos se contentam com a vida cristã superficial e não têm qualquer anseio profundo pela salvação dos filhos, não conseguem entender como é que alguns pais possuem uma fé firme e podem prevalecer tanto em oração. É por meio da habitação do Espírito Santo em pais verdadeiramente consagrados que eles conseguem perceber a necessidade de conversão, são cheios do intenso anseio pela salvação dos filhos e capacitados a rogar, com vasto entendimento, pela aliança e pelas promessas de Deus.
Fonte: www.revistaimpacto.com.br
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