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O cristianismo instantâneo

  • A. W. Tozer
  • 5 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura


Na era das coisas instantâneas inventou-se também o cristianismo instantâneo. Este cristianismo entrou em cena com a era da máquina. Os homens inventaram as máquinas com dois propósitos: Queriam coisas importantes com muita rapidez e queriam mais tempo para desfrutar os prazeres.

Ora, o cristianismo instantâneo tem os mesmos objetivos. Dispensa o passado, garante o futuro e dá ao homem a liberdade de desfrutar o mundo com plena boa consciência. Diz que somos santos por vocação e não por um caráter transformado a imagem de Cristo.

Os homens são conduzidos a por sua confiança em suas experiências e cercam-se de uma visão equivocada do Evangelho. São ensinados sobre uma decisão instantânea que é capaz de resolver seus problemas. Certamente que a vida do cristão é formada por decisões. Mas a questão é: Quanto se pode realizar nesse ato de fé? Quanto fica ainda para ser feito? Até onde pode nos levar uma decisão?

O cristianismo instantâneo tende a tornar a fé um ato terminal e assim abafa a necessidade de contínua e consistente progressão espiritual. Não entende a verdadeira natureza da vida cristã, vendo-a como uma vida estática. Mas a vida cristã é uma vida dinâmica que precisa se expandir a luz da Palavra e da comunhão com Deus.

O cristianismo instantâneo omite o fato de que o novo convertido é um organismo vivo e, tal como um bebê, precisa de nutrição e exercício para crescer normalmente.

O cristianismo instantâneo não leva em consideração que o ato de fé em Cristo deve resultar numa intensa relação pessoal entre Deus e o homem reconciliado. Jamais um encontro singular seria suficiente para sustentar uma viver sobrenatural.

O cristianismo instantâneo despreza a lei de desenvolvimento vigente em toda a natureza. Considera que a salvação é resultado de uma ou duas experiências.

O cristianismo instantâneo ignora os efeitos santificantes do sofrimento, de se levar a cruz e da obediência. Não consegue entender a necessidade de treinamento espiritual, necessário para o desenvolvimento de hábitos santos e preparo para a luta contra o mundo, o diabo e a carne.

Esta indevida preocupação com o ato inicial de crer tem criado, em alguns, uma psicologia de contentamento, ou pelo menos de ausência de expectativas. Isto conduziu a desapontamentos com a fé cristã. Deus parece estar muito longe e o mundo perto demais, e a carne é poderosa demais para que se lhe possa resistir.

Por outro lado, outros se apegam erroneamente às promessas, num esforço de se eliminar a necessidade de vigiar, lutar e orar. Isto os faz livres para desfrutar o mundo, crendo que depois receberão o céu como uma espécie de bônus.

Fico a indagar se o homem que escreveu o texto abaixo reconheceria este cristianismo instantâneo como a mesma fé pela qual ele morreu. Temo que não.

Filipenses 3 7 Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. 8 E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, 9 E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé; 10 Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte; 11 Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos. 12 Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, 14 Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 15 Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. 16 Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo.

Fonte: www.reieterno.com.br

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